
É fundamental receber aquilo que chega. Não é simples, mas é necessário compreender, de um maneira geral, a aceitar. A dificuldade, tanto de dar e receber amor, não é um enigma da essência dos pais, das crianças ou dos adolescentes, mas sim da cultura, que procura a descomedida liberdade sem cultivar a gentileza. A democracia é um sistema excelente. Está certo a busca da autonomia, mas o problema é que há uma contaminação com uma cultura de violência, uma educação de veemência. Esta não é uma questão apenas dos pais, mas da cultura que usa os cinco sentidos de uma maneira violenta. Universalmente, o modo de contemplar é impetuoso, logo é muito difícil receber algo de quem num certo momento está a olhar ou não nos olhos de um modo muito negativo. Há que modificar o estilo como se usa os olhos. Se o olhar para os outros e se conter gentileza, eles irão receber espontaneamente o que se dá.
É necessário receber a urgência da mudança. Apreender a não ter dificuldade em reconhecer o Amor de alguém.
Existindo então a gentileza de dar, assim como a de receber. São determinantes que ambos os lados sejam gentis, uns com o outro. O mesmo ocorre na regra de tocar os outros. O toque violento desperta o sentimento de mal estar, enquanto que o toque com amor traz um enorme bem estar. Em geral, o pronunciar e o atender o outro é feito com violência. Por isso, a atracção é a de desdizer e de protestar contra o que os outros dizem. Os sujeitos são reclusos de si próprios sem que mesmo assim se consigam encontrar.
A dificuldade está na atitude mental e não nos cinco sentidos. Por isso, é urgente observar como a mente se está a expressar por meio deles, nesse caso, para praticar receber amor há que cuidar da maneira como são usados os cinco sentidos.
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